quarta-feira, 20 de abril de 2011

Atancando "o" problema

Ataque o problema... antes que ele fique grande demais.

Pelo menos metade dos livros e posts de marketing que li nos últimos meses traziam a expressão "pensar fora-da-caixa". Está na moda moda inovar, procurar caminhos alternativos, investir em pesquisa... e isso é muito bom. No entanto, acredito que a maioria das organizações, incluindo multinacionais e governos, deveria, antes de inventar algo novo, otimizar o que já existe. Ou então resolver as coisas que realmente importam, antes de pensar na coleção do ano que vem.

Não, eu não quero que as empresas deixem de inovar. E nem quero que sua empresa deixe de investir pesado no lançamento de novos produtos e serviços.

O que eu quero dizer é que provavelmente seria melhor e mais rentável que as companhias telefônicas resolvessem seus problemas de atendimento ao cliente no Rio Grande do Sul antes de tentar atuar em Salvador. Que sería melhor que Toyota ou Ford lançassem seus novos modelos com mais calma e evitassem o "recall anual" de não sei quantos milhões de unidades. Que eu prefiro que o governo erradique a pobreza extrema antes de se candidatar aos jogos olímpicos.

Todas as empresas têm pelo menos um problema que afeta quase todo mundo e é conhecido por todos, mas que, no entanto, ninguém está disposto a resolver. Ou é um diretor que não gosta de lidar com números, um departamento que ninguém entende bem para que existe, brigas entre sócios, falta de informações, etc...

Melhorar os preços de compra de um fornecedor, agilizar o processo de seleção de pessoas, aumentar o ROI das campanhas online... isso tudo é ótimo e deve estar em pauta. Contudo, há momentos em que é preciso encarar de frente aquele problema que está sendo varrido para debaixo do tapete. É aí que a gente realmente inova. É assim que as empresas se "diferenciam". E aí que se cria valor.

O vídeo abaixo é um exemplo de alguém que não está tentando contornar um problema, mas sim resolvê-lo. O marketing nas empresas deveria estar fazendo o mesmo.



Plástico não funciona? Tudo bem, a gente muda toda a estrutura.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Por quê você podería escolher a transparência

Essa semana eu peço licença para um cara que eu gosto muito e posto aqui uma tradução (livre) de um post que achei realmente interessante. Se você fala inglês, vale a pena passar em http://sethgodin.typepad.com/ uma vez a cada dois dias, pelo menos =). Aliás, ele tem diversos livros publicados em português (Veja aqui) e tudo que eu li dele até hoje, no mínimo, vale o dinheiro e o tempo gasto.

Por quê você podería escolher a transparência

Tradução de um post de Seth Godin – veja o original aqui

Dezenas de médicos estão contratando um serviço que, entre outras coisas, permite que eles proíbam pacientes de postarem resenhas sobre seu trabalho. Você pode ler um pouco sobre isso aqui http://doctoredreviews.com/.

Em Iowa, em uma manobra supreendentemente parecida, o governo está movendo uma lei que fará com que seja crime gravar ou possuir vídeos sobre as fazendas industriais que possam danificar os interesses dos fazendeiros.

Nos dois casos, uma organização está tentando manter o poder ocultando informações do público. Você consegue imaginar alguém sendo preso por possuir uma foto de um porco?

É fácil argumentar que, do ponto de vista público, leis como esta são uma má idéia. O público certamente se beneficia com a exposição dos maus médicos e com o aumento da higiene em fazendas industriais. Neste sentido, é anti-ético que os médicos ou os legisladores subvertam suas responsabilidades fazendo com que o público cale a boca.

Acho que também vale a pena analisar a questão desde o ponto de vista dos médicos (e dos fazendeiros). A tentação aqui é defender o status quo lutando contra a transparência, mas fazendo isso, ignoramos uma verdade simples:

Cuando se resenham livros, suas vendas aumentam.

Claro, o argumento da equidade também importa. Os pacientes não têm nenhuma escolha, as galinhas definitivamente não têm escolha e os consumidores também não. Há um argumento, no entanto, que vai além da escolha... a verdade é que a transparência aumenta a rentabilidade.

Se cada gaiola de galinha tivesse uma câmera instalada, a qualidade obviamente melhoraría. A confiança no produto também melhoraría, assim como o comportamento dos empregados, já que é difícil torturar uma galinha se você sobe que será decoberto.

Mas espere, você pode argumentar... se tivermos que cuidar melhor das galinhas, nosso custo vai aumentar.

Esse é o ponto: quando os consumidores se acostumam à transparência, eles se interessam mais sobre a qualidade do que você vende e estão mais dispostos a pagar mais por isso. Eles certamente atravessarão a rua para comprar de uma loja ética. E uma vez que as pessoas começam a mover-se nesta direção, o custo de tornar-se um provedor anti-ético é tão grande que ou você muda de rumo ou perde o rumo.

Granjeiros não precisam de leis proibindo a posse de imagens. Eles precisam de um produtor que faça uma tonelada de ótimos (e verdadeiros) filmes de galinhas. Que nos inunde com imagens de higiene e qualidade, ao invés de nos deixar no escuro. Não aposte corrida em direção ao fundo do poço (você pode ganhar). Ao contrário, force seus competidores a correr com você até o topo.

[A mesma objeção apareceu quando começara a controlar a higiene nas cozinhas dos restaurantes. Sim, era mais caro limpar as panelas e matar os roedores, mas tudo bem, a demanda por qualidade aumentou mais que o suficiente para pagar pelas mudanças]

O mesmo argumento é verdadeiro para os médicos. Uma vez que a informação sobre os bons médicos se espalhe, os pacientes vão buscar estes médicos, recompensando os que cuidam melhor de seus pacientes. A profissão como um todo não sofre (nós ainda precisaremos ir ao médico), mas sim os médicos pouco cuidadosos.

Uma coisa mais: um político indiano está tentando fazer com que o suborno (em alguns casos) seja legalizado. Por que? Porque se a pessoa que suborna se sente livre para “dedar” o burocrata, o suborno some.

Nos 3 casos, a claridade é um anti-séptico e o mercado recompensa aqueles que se comportam – e todo o mercado cresce quando os padrões aumentam.

Os consumidores e também aqueles que buscam sua admiração devem recompensar os que são a favor da transparência (que grande oportunidade para o McDonald’s). E, para os fornecedores, o antídoto para um discurso que eles não gostem não é um contrato ou uma lei. O antídoto para um discurso que você não gosta é mais discurso.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como bombar o facebook da sua empresa


Para criar boas estratégias e campanhas de facebook, a primeira coisa que voce deve fazer (como sempre) é saber onde quer chegar. Quais são os seus objetivos?

A segunda é saber que métodos você usará para avaliar a caminhada até estes objetivos. Por exemplo: se seu objetivo é aumentar o número de amigos, sua métrica principal seria o número de amigos (!). Se o seu objetivo é gerar vendas através da rede social, entao você precisa criar algo que seja mensurável fisicamente, como cupons ou algo do tipo. Outras métricas possíveis: número de sugestões por mês, número de críticas atendidas, conteúdos que geram mais comentários, número de acessos ao site através de um link no facebook, etc...

Finalmente, é necessário escolher como atuar. Existem diferenças grandes entre páginas, perfis e grupos, mas eu acredito que não é isso que vai fazer com que sua estratégia tenha sucesso ou não. Recomendo páginas ou grupos, porque permitem um acompanhamento melhor das ações, com estatísticas e outras coisas. As páginas são mais fáceis de encontrar e mais flexíveis, mas os grupos têm uma ferramenta bastante interessante: se seu grupo tem menos de 5 mil pessoas, o facebook te permite enviar uma mensagem a todos com um clique. Pessoalmente, prefiro as páginas.

Outras observações importantes:
Se no mundo físico a empresa não vai bem, não tem processos definidos ou o produto não é bom, por exemplo, não adianta nem correr atrás das redes sociais. Na internet, as coisas se espalham mais rapidamente e a interatividade é enorme. Ter um grupo de 25 mil pessoas se comunicando ativamente com a sua empresa é ótimo, mas acho que concentrar 25 mil pessoas falando mal de você não é bem o seu objetivo para o ano...

Exemplos de ações para conseguir aumentar o número de seguidores, amigos ou "curtir":
1) Crie ações e concursos: promova um concurso de fotografias, curta-metragens, desenho (algo que tenha a ver com seu público-objetivo) e distribua os prêmios (ou parte dos prêmios) de acordo com a quantidade de "curtir" que aquela foto ou desenho tenha. Logo, os participantes vão correr atrás dos votos dos amigos deles (e os amigos deles vão acabar querendo entrar no facebook para votar).

2) Interaja com as pessoas. Atualize constantemente sua página e se interesse pelo que as pessoas têm a dizer.

3) Crie conteúdo. Se você é uma loja de roupas, publique coisas sobre moda. Dê espaço para que os leitores façam sugestões. Se é uma consultoria de contabilidade, facilite o acesso a informações, planilhas, etc. Dê um serviço de graça (informação) e aumente as possibilidades de venda.

4) Não deixe seu facebook nas mãos do seu sobrinho. Se as redes sociais realmente são relevantes para sua estratégia, invista nelas. Não dê 20 reais para seu sobrinho atualizar uma vez por semana seu facebook. Se for para fazer mal-feito, melhor investir em outras coisas.

Página da Coca-Cola no Facebook e seus mais de 24 milhões de "me gusta"