segunda-feira, 17 de março de 2014

O mundo em que pagar para ter acesso à educação não terá mais sentido


Você conhece o cara desta foto? Ele é responsável por algumas transformações na área de educação que vão mudar a forma como seus filhos irão às escolas.

Para quem não sabe, este é Salman Khan, o criador da Khan Academy, uma organização sem fins lucrativos de educação online, que busca universalizar os temas básicos da educação. A idéia é transformar o portal criado por ele em uma sala de aula gratuita e global, onde todos possam aprender juntos!

Kahn começou publicando aulas de matemática, usando poucos recursos, vídeos curtos e incrivelmente didáticos. Logo, os assuntos foram se diversificando (“Sal” era analista de fundos multimercado, e dá aulas sensacionais de economia!), a equipe cresceu, os patrocinadores também e a plataforma se aperfeiçoou.

Hoje, já é possível assistir a aulas de história, arte, química e muito mais. Eu mesmo já usei bastante o site para relembrar conceitos de lógica, probabilidade e outras coisinhas que contam bastante na hora de prestar o exame da ANPAD.

O modelo de negócio de Kahn não é muito revolucionário, visto que a educação à distância já é uma realidade há bastante tempo e visto também que já existem diversas instituições oferecendo seus cursos via internet. Mas ele é =)

A sacada de Khan foi deixar todo o conteúdo livre e se orientar (SEMPRE!) pelas necessidades de seus usuários/clientesalunos. As grandes universidades, por exemplo, não detectaram que era melhor diminuir a duração dos vídeos e ir direto ao ponto. Ao invés disso, pegaram os cursos presenciais, gravaram e colocaram na internet. Se os cursos na internet têm um público-alvo totalmente diferente do presencial, por que o conteúdo e a forma deveriam ser os mesmos?

Bom, escrevi isso tudo porque ouvi uma entrevista do Salman Khan esta semana na Harvard Business Review, na qual lhe fizeram a seguinte pergunta:

HBR: “A Khan Academy está claramente quebrando conceitos na educação. Ela significa o fim de alguns participantes desse mercado?"

Khan: “Ainda que a Khan Academy não existisse, o mundo no qual um modelo de negócios está baseado em cobrar pelo acesso à informação – e não falo nem de informação nova, mas sim de ciências de 300 anos, como a matemática – está sumindo. Acredito que os editores reconhecem isso e enxergam oportunidades neste cenário”.

Essa foi uma das mais incríveis avaliações de modelo de negócio que eu já vi. Depois de lê-la, parece óbvio... o mundo mudou, a informação está cada vez mais acessível e as próximas gerações não vão pagar por modelos de negócio que não criam valor para suas vidas.

Por isso, devemos correr atrás de modelos de negócios que substituam propostas ultrapassadas e antigos. Modelos mais sustentáveis, por exemplo. Como estará sua empresa daqui a 5 ou 10 anos? Você continuará entre os melhores fazendo o mesmo que fez na semana passada?

A boa notícia é que já existem ferramentas incríveis para avaliar e criar modelos de negócios. A principal delas é o Canvas – nosso tema para o próximo post. Até lá!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Marketing & Dia da Mulher

Tentei fazer um post sobre Marketing & Carnaval, mas a verdade é que não achei referências criativas para mostrar aqui. Queria falar sobre empresas que aproveitaram a oportunidade para criar campanhas relacionadas à maior festa do Brasil, mas só encontrei mais do mesmo.

(De qualquer forma, quem tiver interesse, veja aqui algo sobre isso que saiu na EXAME).

Resolvi falar então sobre Marketing & Dia da Mulher. Entre piadas cansativas e elogios bonitinhos, li algumas coisas a respeito da mulher e sua conquista no mercado de trabalho. Quase tudo que eu li também foi mais do mesmo. Eu não sou muito fã de polêmica que é mais resultado de um senso comum do que de uma opinião própria. E, sobre esse assunto, eu acredito que o lugar no mercado vai ser conquistado para quem quer suar a camisa e para quem entender que dinheiro é simplesmente consequência. Seja homem ou mulher, se você não tem preguiça de fazer e acontecer para realizar um bom trabalho, seu lugar no topo está garantido.



Bom, mas por que razão então esse assunto ainda é tão polêmico? Pensando em cargos de liderança e, apesar do número crescer a cada ano, a % de homens ocupando um cargo de líder ainda é maior. Por isso, baseado apenas no fato de eu ser mulher e de ocupar um cargo de gerência, escrevi algumas características femininas que podem atrapalhar na busca e/ou na permanência em um cargo de chefia. Eu não me baseei em nenhuma pesquisa, é só o meu ponto de vista de acordo com minha realidade. 

(E seria legal se vocês comentassem com mais opiniões =)

SENTIMENTO DE CULPA: do mesmo jeito que há mulheres que não querem ter filhos para não interromper a carreira, têm mulheres que não querem assumir tantas tarefas no trabalho para não atrapalhar as outras responsabilidades pessoais (ter filhos, cuidar dos filhos, da casa, dos pais, etc). A boa notícia é: os homens preferem que a gente trabalhe! Quem não quer viver com dois salários no começo do mês? E, como consequência, eles estão cada vez mais dispostos a dividir tarefas de casa. Dessa forma, eles dividem também o sentimento de CULPA e nos ajudam a administrá-lo.

DIFICULDADE PARA TRABALHO EM GRUPO: quem já ouviu a piada de que uma moça encontra outra saindo do cabeleireiro e elogia o novo corte; quando a outra vira as costas, reclama pra amiga: “na verdade ficou horrível”. Já o homem encontra o amigo na mesma situação e não hesita em xingar o novo corte e, quando vira as costas, comenta que ficou legal. Mulher é assim! Funciona como um paradigma mundial que parece invencível. Enquanto não aprendermos a agir de forma mais sincera e menos emotiva, especialmente com outras mulheres, teremos dificuldade em liderar grupos.

EMOÇÃO: chorar no trabalho é ridículo e imperdoável. Toda vez que você fizer isso, você perde sua razão. E com toda razão.


E aí? Concordam?

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Curso sobre Marketing e Empreendedorismo com os autores do Caderno de Marketing


Pessoal, é com muito orgulho que trago para vocês o primeiro curso promovido por esse Blog que vos fala há mais de 3 anos! Eu e Loraine Santos vamos dar algumas aulas e tem também muita gente interessante participando.

Serão 30 horas de curso + exercícios - que podem ser feitos presencialmente, em Londrina-PR ou ao vivo, via internet. Dêem uma olhada nas datas e temas abaixo:

24/03 | Loraine Santos - Planejamento estratégico e ferramentas de marketing
07/04 | Pedro Conte - Canvas - Criando novos modelos de negócio
28/04 | Angelo Jardinette -  Vendas - Escolhendo as guerras certas para lutar
12/05 | Mariana Matias -  Redes sociais - Estratégias para captar, manter e surpreender clientes
26/05 | Leo Moura e Daniel Trindade - Branding - Gestão de marcas para pequenas empresas
09/06 | Eder Manchebo - Deixe o Excel trabalhar por você
23/06 | Moacir Vieira - Impostos, financiamentos e controle financeiro da sua empresa
07/07 | Flavio Tavares - Como criar valor para (e através da) sua equipe de vendas
21/07 | Gustavo Villa - Usando Google como parceiro do meu negócio
04/08 | Pedro Conte - Design Thinking - Ferramenta para inovar

Se o conteúdo interessar, é só clicar aqui e fazer sua inscrição.
Tenho certeza de que vocês irão curtir (e muito)!

Um abraço e #vai2014!



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Cada geração encontra sua forma de lutar contra as injustiças que encontra"

“Uma idéia de mudança, um desejo de renovação. Somos uma idéia de um mundo onde a corrupção não exista, onde a liberdade de expressão não seja apenas uma promessa, e onde as pessoas não tenham que morrer lutando por seus direitos. Não somos um grupo. Somos uma idéia de revolução. Acreditamos que cada geração encontra sua forma de lutar contra as injustiças que encontra.”  Manifesto no site do Anonymous

Não tenho apreço especial pelo Anonymous, principalmente porque acho que quem protesta, quem luta, precisa mostrar a cara. (Não é essa discussão que quero priorizar nesse post, mas tem um texto muito bom sobre o tema aqui, no blog da Super Interessante).

Mas há uma frase aí acima, em negrito, que é sensacional (tanto quanto o espírito de revolução e mudança). Cada geração atravessa problemas diferentes e cada uma desenvolve as ferramentas que puder para resolver esses problemas.


Eu acredito que a nossa geração, além do ativismo pacífico, está deixando passar uma ferramenta muito importante. Um ferramenta que tem ainda mais poder para mudar o mundo e resolver os problemas à nossa volta. O nome dessa ferramenta é... dinheiro.

Pense nos maiores problemas ao seu redor como violência, obesidade, stress, poluição, desemprego, sistema de saúde precário, corrupção, entre outros. Agora pense em como temos tentando solucionar estas questões. Para resolvê-las a proposta corrente se resume a:

1)    Os cidadãos e as empresas geram riqueza.
2)    Esta riqueza é transferida para o governo na forma de impostos.
3)    O governo se encarrega de resolver os grandes problemas com esses impostos.

É óbvio que esse modelo não funciona. Basta olhar para o lado e ver quais são os motivos que levaram a população às ruas nos últimos meses. Basta ver que são os mesmos problemas enfrentados pelo mundo todo. Basta ver que no domingo passado houve protestos no Brasil, na Venezuela, em Kiev e na França, ao mesmo tempo.

Já testamos também o plano B. Quando o modelo dos impostos deu pau (pois não resolve os problemas na velocidade em que precisamos) começamos a criar ONGs. Afinal, estes problemas são muito complexos para que o governo consiga cuidar de tudo com o cuidado que cada tema merece.

Entra um novo agente na jogada, a Organização Não-Governamental, que funciona com ou sem dinheiro do governo e que também depende do financiamento de cidadãos e empresas. Melhorou o panorama, resolvemos algumas coisas, mas ainda sem a velocidade necessária. Por quê? Porque as empresas, os mais relevantes participantes dessa equação, ficaram de fora!

Cerca de 80% de todo o investimento do mundo é feito por empresas. É algo como dizer que, para cada 1 real que o governo investe em educação no Brasil, as empresas investem 4. E no entanto, tendemos a crucificar quem ganha dinheiro por aqui. Pedir aumento, ok. Ficar milionário, jamais.

O duro é que os pepinos que iremos enfrentar nos próximos anos são muito grandes. As empresas podem (e devem) nos ajudar a resolvê-los, pois são as únicas capazes de criar escala para as principais soluções. Vamos a dois exemplos:

O governo teve um papel importante na criação e regulamentação da internet? Teve. As ONGs têm feito um trabalho importantíssimo para universalizar o acesso a ela? Sim. Mas quem colocou a internet na casa de mais de 100 milhões de pessoas? As empresas.

Quer outro exemplo? Vamos lá. Temos 7 milhões de alunos atualmente cursando o ensino superior na terra brasilis. Quanto tempo demoraria para criarmos este número de vagas através de escolas públicas, somente? Alguém acha que a FGV presta um desserviço ao Brasil?

E porque as empresas entram nessa história de resolver problemas e melhorar a vida das pessoas? Por que implantar um sistema de telefonia em um país? Por que criar vagas em universidades?

Porque elas ganham dinheiro. Porque lucram no decorrer do processo. E tudo bem, esse não é o problema!

Precisamos deixar de odiar a mais-valia. Precisamos deixar de odiar as pessoas que acumulam dinheiro. Devemos odiar somente as pessoas que "contam o vil metal" em detrimento dos outros seres.

Claro que também entram na equação os serviços horríveis de telefonia a que temos acesso. Claro que precisamos avaliar e reavaliar a qualidade da educação oferecida pelas escolas particulares. E aí que podem atuar com mais eficiência o governo e as ONGs. Quando o dinheiro começa a pesar demais, devemos, sim, interferir.

O poder público tem um papel muito importante a desempenhar. Os cidadãos e ONGs também. Mas a verdadeira revolução está nas mãos das empresas.

Os empreendedores podem resolver os problemas do mundo.


PS: Se você chegou até aqui achando que isso tudo é conversa "da direita" e que Marx deve estar se remoendo no túmulo porque o termo "mais-valia" aparece em um blog cujo tema principal é "marketing", calma. Você verá nas próximas semanas uma série de exemplos de empresas que ganham dinheiro e resolvem a vida de muita gente.

Se você é um cara que acha que esse blog é muito "de esquerda", que esse negócio de sustentabilidade não tá com nada, tudo bem. Sua empresa vai falir nos próximos 10 anos ou será comprada por alguém com mais vontade de trabalhar. =)

Se você é um dos que acha que protesto sem violência não é protesto, parabéns. Você é a razão pela qual demoraremos 10 anos a mais na "formatação do Brasil".

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Think outside the box

Na semana retrasada eu falei sobre líderes sustentáveis e na semana passada o Pedro falou sobre empresas sustentáveis. Por isso, vou pedir licença para contar um (auto) case e provar que é possível ser sustentável independente da área de atuação da sua empresa e da (pouca) grana que ela tem. Vale a pena ler para tentar encontrar um caminho sustentável para empresa que você atua.

Lembre-se que o segredo é: think outside the box.

Eu trabalho na GolSat, uma empresa de rastreamento. Diferente de 90% de seus concorrentes, o negócio da GolSat não é recuperação de veículos roubados. Atendemos o mercado corporativo que possui carros para exercer suas atividades. O rastreador consegue captar uma série de infos do carro: velocidade, Km, horário que ligou e desligou a ignição, RPM, etc. e o software transforma esses dados em gráficos e relatórios e ajudam as empresas a melhorar a gestão da frota e dos condutores.

Antes de ler, tente chutar a resposta: como uma empresa que vende rastreador consegue aproveitar o seu negócio para atuar de forma sustentável?

A GolSat conseguiu! Ela criou algo que não existia no mercado. Isso é incrível né? Inventar algo nos dias atuais é um desafio e tanto.

Lembra que eu falei no meu post passado que enxergar o cenário é o primeiro passo para pensar em atitudes sustentáveis? Pois então, visualize o cenário abaixo:
- o Brasil é o país que mais mata no trânsito (mais de 60 mil mortes por ano).
- Acidentes de trânsito é o segundo maior problema de saúde pública do nosso pais (perde só pra desnutrição).
- A frota brasileira é de 75 milhões de veículos, sendo que 7 milhões estão licenciadas em nome de pessoa jurídica, ou seja, pertencem às empresas.
- Uma empresa pode ser responsabilizada criminalmente quando seu colaborador é culpado por um acidente grave usando o carro da corporação.
- O departamento de frotas é o que mais gasta dentro de uma empresa (na verdade, perde pra folha de pagamento de funcionário).
- A profissão Gestor de Frota é um pouco marginalizada, ou seja, não existe curso de formação para categoria ou onde buscar mais informação.
- Ele lida com vários fornecedores (rastreamento, combustível, telefonia, manutenção, etc) e com vários departamentos (RH, suprimentos, logística, financeiro, etc).

O grande link que fizemos foi: QUAL A RESPONSABILIDADE SOCIAL QUE ESSAS EMPRESAS POSSUEM, UMA VEZ QUE DEIXAM SEUS CARROS NA MÃO DE SEUS FUNCIONÁRIOS?




A partir disso, a GolSat criou o P.A..RA.R: Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando Frotas com Resultados, um fórum reúne as empresas frotistas com o objetivo de compartilhar informações sobre o mercado e discutir a cultura de segurança de trânsito dentro das corporações. Em um ano, a GolSat realizou 10 edições do PARAR em 7 cidades diferentes, reuniu 1600 gestores de frotas de 950 empresas diferentes (as maiores do país), representando uma frota com mais de 300.000 veículos. Além disso, grandes parceiros e especialistas do mercado se uniram à GolSat para ajudar a alavancar o PARAR, entre eles a Global Fleet, o maior movimento europeu projetado para fornecer informações importantes aos gestores de frotas. O PARAR foi convidado para participar do fórum deles que vai acontecer em Bruxelas em junho e eles vem para o RJ participar da 11ª edição do PARAR que acontece em março.

A GolSat gastou ou ganhou dinheiro com o P.A.R.A.R? Gastou. Pouco, mas gastou.
Mas ela e outras empresas envolvidas no P.A.R.A.R. estão construindo um valor subjetivo imensurável. Uma empresa que possui frota precisa fechar negócio com um fornecedor confiável, pois a parceria será de longo prazo. Ou seja, o tanto de negócio que foi gerado para GolSat após o P.A.R.A.R. paga todo o evento e ainda cria um valor subjetivo muito importante que reflete em como o mercado está enxergando a empresa.

Através do PARAR, a GolSat está ajudando os gestores de frotas a se profissionalizarem e está contribuindo na busca por um cenário de trânsito mais positivo. A empresa está sendo reconhecida mundialmente como a única empresa que uniu tecnologia, rastreamento e sustentabilidade. E a única empresa que faz alguma coisa em prol do trânsito brasileiro voltado para um público corporativo. Os funcionários da GolSat sentem-se extremamente felizes e motivados para trabalhar por uma causa. Os clientes GolSat sentem orgulho de contratar os serviços de uma empresa que, mais do que vender, quer ajudá-lo a melhorar a gestão de frota dele.

E você? Como você pode usar o seu negócio para fazer a diferença?



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sustentabilidade, lucro e capitalismo




A Loraine abordou, no post passado, um tema que tem me encantado cada vez mais – e que estará bastante presente este ano no blog. A sustentabilidade está deixando de ser tema de ecochatos para se tornar uma agenda diária em todas as empresas.

Muitas oportunidades decorrerão de iniciativas sustentáveis nos próximos anos, e, na verdade, este tem sido o cenário desde sempre. Quem consegue se organizar com planos de longo prazo, sem deixar cair a bandeja no dia-a-dia, consegue criar diferenciais estratégicos para o negócio e se manter no mercado por um bom tempo. Ou seja, consegue ter um negócio sustentável.

Eu espero que o discurso da sustentabilidade atraia sua leitura por seu caráter e pela formação que você teve na (e da) vida. Espero que você busque a sustentabilidade porque trabalhar de forma sustentável é mais eficiente e mais gostoso. Contudo, se o seu objetivo é somente chegar ao próximo milhão, tudo bem. Ser sustentável dá dinheiro. E muito.

Na próxima série de posts, vamos falar sobre como ganhar dinheiro resolvendo problemas sociais e estruturais a sua volta. Vamos falar também sobre como empreender iniciativas sustentáveis mesmo em ambientes onde isso parece não fazer sentido. Vamos falar sobre inovação e seu papel estratégico nas empresas e na geração de ideias e produtos que geram lucro resolvendo problemas dos clientes.

Marketing trata de reconhecer necessidades dos clientes e atendê-las gerando lucro, certo? Sustentabilidade também. Sustentabilidade e capitalismo nunca tiveram tanto em comum.

O capitalismo não é um sistema perfeito – e está longe de sê-lo. Contudo, ele já nos deu inúmeros exemplos de que pode se transformar e melhorar a qualidade das relações tanto entre homens e seus pares quando entre os seres humanos e o meio ambiente em que estamos inseridos.

Foi na era capitalista que as relações de escravidão foram suprimidas, por exemplo, e foi também neste cenário que os consumidores passaram a demandar das empresas respostas às questões ambientais e sociais como uso de energias sustentáveis, alimentos menos danosos à saúde, entre outros. O sistema não é perfeito, mas tem fôlego para reinventar-se.

Marketing trata de reconhecer necessidades dos clientes e atendê-las gerando lucro, certo? Sustentabilidade também.

Antes de começar esta série de posts, vou emprestar algumas definições apresentadas pela professora Margaret Baroni sobre o que é, de fato, desenvolvimento sustentável. (Para saber mais sobre o tema, leia o artigo completo aqui).

Existe uma confusão grande sobre o que seria desenvolvimento sustentável, pois a cada dia usamos o tema com um significado diferente.  Há quem diga que 1) desenvolvimento sustentável é a mesma coisa que sustentabilidade ecológica e há também os que 2) confundem desenvolvimento sustentável com desenvolvimento econômico e afirmam que o desenvolvimento sustentável é nada mais que a satisfação constante das necessidades humanas.

As duas visões estão erradas. A primeira porque exclui toda a dimensão social e econômica do debate como se fosse possível ser sustentável sem ganhar dinheiro ou resolver problemas sociais, por exemplo. Já a segunda visão nos leva a acreditar que o problema é a falta de dinheiro. Que não somos sustentáveis porque não temos dinheiro suficiente para que todas as pessoas possam ser sustentáveis.

A abundância de recursos não eliminou a pobreza nem melhorou a divisão do bolo (de fato, a quantidade de pobres no mundo subiu de 17% para 23% da população mundial nos últimos 50 anos). Assim, a dimensão de que o crescimento econômico gera civilizações sustentáveis não pode ser considerada. Progresso econômico e sócioambiental não são a mesma coisa. Estão relacionados, mas não querem dizer o mesmo.

Desenvolvimento sustentável que dizer: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades (definição adotada pela WCED).

E, até a nossa próxima conversa, eu deixo um desafio para vocês. Para que seu negócio esteja vivo daqui a 10 anos, o que deve ser sustentado? Por quê? Para quem?



Dica: lembrem-se de que do tripé da sustentabilidade, também chamado de triple bottom line: Pessoas, Planeta, Lucro.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Liderança Sustentável: por onde eu começo?

Você sabe o que é liderança sustentável? Eu confesso que não sabia muito sobre isso e, pasmem, o Google também não. Faz o teste aí: digita líder sustentável no Google Imagens.



Viu?! CO2 está longe de definir esse conceito. A boa notícia é que o assunto está meio que “na moda” e é fácil encontrar infos sobre isso em revistas corporativas bacanas. Baseado em tudo que li e aprendi sobre o assunto, desenhei 4 passos que vão ajudá-lo a ser um líder sustentável. Eu acredito MESMO que a gente pode transformar nossas relações pessoais e profissionais quando decidimos ser agentes de mudança. Se você não pode mudar o mundo todo, você com certeza pode mudar o mundo de alguém. Clichê, mas real. Go!

Antes, é importante entender que sustentabilidade não é sinônimo de meio ambiente. O tripé da sustentabilidade, também chamado de triple bottom line (People, Planet, Profit), é ter atitudes que provoquem resultados no âmbito social, econômico e ambiental

1. O CENÁRIO: um novo olhar sobre as velhas coisas
Compreenda o cenário que você faz parte. Amplie o seu olhar e descubra detalhes do ambiente em que você atua. O que minha empresa faz? Por que ela faz isso? De que forma o que ela faz muda a vida do cliente que ela atende? Tem mais gente no mundo que faz o que ela faz? Quais dificuldades que ela enfrenta pra conseguir atuar?
Um exemplo: a Nestlé diz que não vende simplesmente produtos. E sim que ela contribui para suprir as necessidades de um mundo com 9 bilhões de desnutridos.
Manja?

2. GERAÇÃO DE VALORES: muito além do meio ambiente
Quando pensar em fazer alguma coisa (qualquer coisa!), treine sua mente na perspectiva de gerar valores e resultados que reflitam na performance social, econômica e ambiental da:
.empresa que atua
.equipe que gerencia
.clientes que atende
.pessoas com quem se relaciona
Enquanto a maioria das pessoas/empresas foca nos resultados econômicos, trate o tripé com igualdade e esteja ciente de que quando você é sustentável socialmente, muitos problemas econômicos e ambientais são automaticamente resolvidos.

3. GERAÇÃO DE CONTEÚDO: ofereça mais do que pedem
Aproveite a oportunidade do seu negócio para fazer a diferença no seu mercado. E tem como? Ô se tem. A RED BULL, por exemplo, se transformou quando resolveu se posicionar como uma empresa geradora de conteúdo voltado a esporte, cultura e estilo de vida. Algum líder sustentável deu essa ideia pra marca.

4. O ALTRUÍSMO: eis o grande segredo
O jeito que você faz as pessoas se sentirem sobre elas mesmas diz tudo sobre você. Coloque a necessidade do outro à frente da sua e colha resultados mais verdadeiros, mais duradouros e mais sólidos. Eu sei que enxergar as coisas de uma forma diferente pode parecer difícil. E muitas vezes até é. Só que você precisa começar. Você tem mais em comum com Henry Ford, Martin Luther King, Steve Jobs e Ozires Silva do que você pensa.




É difícil começar, porque muitas vezes você trabalha em uma organização que não valoriza um líder sustentável. Mas se quer uma dica: FAÇA UMA COISA COMO SE FOSSE A SUA PRIMEIRA VEZ OU A SUA ÚLTIMA VEZ. O resto vai virando consequência.

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(Colaboração na organização dos tópicos: Flavio Tavares, Diretor de Marketing & Vendas da GolSat)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Consultor, você não sabe tudo!



Em recente entrevista ao programa Manhattan Connection, a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, foi questionada sobre os maus números do varejo e se saiu bem da saia justa colocada pelos economistas e jornalistas.

Diogo Mainardi criticava o varejo brasileiro e pintava um painel ruim para 2014, alegando que muitos dos fatores que impulsionaram os lojistas brasileiros nos últimos anos (como a expansão do crédito, o endividamento, etc.). A certa altura da conversa Mainardi apresentou dados da Serasa Experian sobre a inadimplência no varejo, e Luiza refutou suas afirmações com dados um pouco mais específicos e corretos. Bom, veja a discussão você mesmo:



Gosto bastante da posição de Luiza Trajano, que depende, dentre outras coisas, do otimismo do brasileiro para atingir as metas a que se propôs para 2014. Dificilmente um empresário nas mesmas condições teria um discurso diferente em um programa de televisão - afinal, pouco teria a ganhar com essa atitude.

Achei mais interessante ainda vê-la debatendo com simplicidade e transparência temas complexos como os que foram apresentados (transitou com propriedade entre o varejo digital, o atendimento dos norte-americanos e os “rolezinhos”, por exemplo).

Mas gostaria de usar o exemplo para fazer um paralelo com o dia-a-dia dos profissionais de marketing e de consultores de todos os setores. Já trabalho nas duas áreas há algum tempo e vejo que ambas sofrem de um mal bastante comum – o profissional sabe tudo.


Quando uma consultoria começa, é comum a equipe de profissionais já chegar com um pré-conceito sobre a empresa que a contratou. Mais ordinário ainda é a consultoria chegar com um modelo de trabalho pré-determinado (utilizado em outros setores) para a empresa em questão. Da mesma forma, muitos profissionais de marketing são famosos por acharem que sabem tudo de tudo, pois transitam com facilidade por diversas áreas da empresa.

        Dificilmente saberemos mais sobre um setor do que quem trabalha nele

O que o vídeo acima demonstra, no entanto, é que dificilmente saberemos mais sobre um setor do que quem trabalha nele, ainda que nós (consultores e gestores de marketing) sejamos muito bem informados. E quase sempre as soluções que procuramos estão precisamente nas cabeças dessas pessoas.

Não, consultor. Você não sabe tudo.

Bônus: Para quem gosta de falar sobre "o copo metade cheio", aqui vai um vídeo muito bacana sobre o que a África pode oferecer ao mundo nos próximos anos.

Charles Robertson - Africa's Next Boom
http://new.ted.com/talks/charles_robertson_africa_s_next_boom

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

E dá para emagrecer fazendo sites?

No meu post passado, falei que AMOR e DINHEIRO deveriam estar em qualquer lista de Resoluções 2014 que se preze. A verdade é que o item EMAGRECER completa esse trio parada dura e que, sim, eu preciso emagrecer em 2014 (provavelmente você também, sem ofensa). Enfim, daí que conversando com um amigo sobre sofrer fazer academia, falei: “precisamos passar nas academias para pegarmos a agenda de aulas”. Eis que ele começa a me mandar os sites de todas as que havíamos listado e tinha tudo lá: agenda, tipos de aula, lutas, grupo de corrida, explicação sobre cada exercício e até mesmo avaliação online. Eu nunca tinha visto um site de academia! Tudo bem que eu não costumo procurar com frequência (cof), mas da última vez que eu resolvi frequentar uma, só mesmo indo até a recepção e pegando um sulfite mal feito e cortado com régua com as aulas e horários impressos em uma tabelinha tosca.

Por que estou dizendo isso? Porque nem eu entendi a razão de eu ter ficado tão espantada. Hoje não há nada que gere menos credibilidade em qualquer tipo de empresa do que a ausência de um site ou um site mal feito (pior que isso só quando o email é nome.da.empresa@hotmail.com). Pode reparar: quando você procura algum serviço pelo Google, abre uns 4 ou 5 sites e geralmente opta pelas empresas que tem o site mais bonito ou mais funcional, como se isso fosse sinônimo da empresa ser melhor. Se realmente era a melhor ou não, whatever, porque você já clicou no X dos sites feios e jamais saberá.



E é fácil fazer um site bonito e funcional? “É sim, você passa lá pra agência digital e eles criam tudo”. Fuén, muito errada essa respostas. Fazer um site é muito complexo. Eu trabalho no marketing de uma empresa e acabo de reformar todo o site principal pela 3ª vez em 5 anos (aliás, aproveite para ver a minha última versão e assistir ao lindo vídeo do banner principal =) E em todos os projetos que participei, foi muito difícil criar o site ideal. E vai por mim: TEM que ser ideal, tem que ser diferente dos seus concorrentes, tem que ser funcional, tem que ser legal, atrativo, útil e responder as dúvidas básicas do seu futuro cliente. É só pensar em quantas vezes você já escolheu um fornecedor pelo Google. Isso acontece com sua empresa também.

Enfim, para chegar ao ponto do post (finalmente hein), segue algumas dicas importantes para você, profissional de marketing, que vez ou outra participa da criação do site da empresa que trabalha:

-É complexo, mas não demore para concluir o projeto do site novo, porque ele vai durar em média uns 2 anos só. Se você enrola muito para decidir as coisas, muda a arte mil vezes antes de aprovar, contrata fornecedores que não cumprem prazos, vai correr o risco de, logo que o site for lançado, pensar que já tem muita coisa nova que você queria incluir e que não dá mais tempo. Portanto, seja ágil.

-Seja designer ou agência que vai desenvolver a arte, certifique-se de que possuem noção de programação. Dificilmente a agência/designer fará a arte E a programação. Mas eu já sofri na mão de fornecedores que fizeram uma arte linda, porém, quando o site foi para programação, precisou ser devolvido porque estava com tamanhos errados, itens não-programáveis, etc.

-Ao escolher quem vai programar, escolha uma agência-web ou o programador que não seja muito resistente. Na maioria das vezes, eles preferem projetos mais fáceis e que não fuja do padrão: banner rotativo na home, menu Quem Somos, Produtos, FAQ e Fale Conosco (so last summer, no caso). Quando você aparece com um site super moderno e cheio de detalhes que deixam ele mais legal, chove de reclamação de que isso ou aquilo não dá para fazer. Na maioria das vezes, dá pra fazer, mas dá trabalho. Ajuste isso antes de fechar o projeto.

-Não terceirize 100% a estrutura do seu site. Reúna-se com a agência/designer que vai fazê-lo e discutam juntos, peça sugestões. Mas raciocine antes sozinho, porque só você sabe exatamente quem é o seu futuro cliente. A agência/designer vai dizer que vai estudar sua empresa antes, mas é mentira, não vai! No máximo vai te dar um formulário para você responder. Raciocine mais e aproveite do fornecedor no que ele tem de melhor: criatividade. Ah! E se possível, não terceirize o conteúdo do seu site, crie os textos sozinho.

-Por último, faça várias reuniões com todos os fornecedores juntos e gerencie o projeto do início ao fim, mediando os contatos e participando de toda e qualquer decisão.

Participar do projeto de site da empresa é muito gratificante. Saber que o conceito que as pessoas têm da sua empresa veio de algo que você criou é enriquecedor.


E viu: dá para emagrecer fazendo sites? É claro que não! O título foi só para chamar sua atenção para o post! Sou dessas, beijos.

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

“Criando Organizações Eficazes”, um livro que você deveria ler em 2014


Taí um livro que eu recomendo que você leia nos próximos meses! Mintzberg é um dos autores vivos mais respeitados do mundo e vem publicando clássicos da área de administração desde a década de 1970.

PhD pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e professor da McGill University, em Quebec, Henry Mintzberg fala neste livro sobre a estrutura e os padrões de relacionamento dentro das organizações. Ele aborda de maneira prática temas como: quando descentralizar, quando delegar, as vantagens de adotar uma estrutura diferente, as melhores estruturas para ambientes muito dinâmicos, etc.

O foco (não declarado) do livro são as grandes empresas, mas acredito que os pequenos empreendedores também podem tirar lições muito valiosas em “Criando Organizações Eficazes”. Você já vai entender por quê.

Mintzberg entende a estrutura de uma organização como a soma das tarefas que ela executa com os processos de coordenação entre estas tarefas. E é na coordenação destas tarefas que está a chave para que uma estrutura seja eficaz e outras não.

ESTRUTURA = COORDENAÇÃO + TAREFAS

O livro é bastante denso, então vou abordar alguns temas que acho mais interessantes e práticos (como disse no início do texto, recomendo que você leia o livro para mais informações). Neste post, vamos falar sobre os 5 mecanismos de coordenação, as 5 partes da organização e os 5 tipos mais comuns de estrutura organizacional.

Existem 5 mecanismos de coordenação de tarefas identificados pelo autor:

Ajustamento mútuo
Comunicação informal. Neste estágio, os operadores (as pessoas que executam cada tarefa) têm o controle sobre a tarefa.

Supervisão Direta
Ocorre quando uma pessoa passa a ser responsável pelo trabalho de outras pessoas.

Padronização de Processos de Trabalho
Coordenação antes da realização do trabalho. Manuais ou pré-requisitos para operar uma maquina, por exemplo.

Padronização de Resultados de Trabalho
Tarefas coordenadas através dos resultados (metas, balanced score card, etc.).

Padronização das Habilidades dos Trabalhadores
Coordenação por treinamento. Muitas vezes este treinamento acontece antes do trabalhador assumir um cargo e outras instituições, como em universidades, etc.

As organizações utilizam uma mescla de praticamente todos estes mecanismos em sua estrutura, mas cada tipo de organização tende a privilegiar um tipo de coordenação.

Em geral, pequenas empresas trabalham em cima do ajuste mútuo e da supervisão direta. Ora, se você tem menos de 10 funcionários, essa é a alternativa que faz mais sentido, certo? Já os seus clientes podem ter uma estrutura bem diferente. Se você vende para o governo, por exemplo, o ajuste mútuo acaba tendo pouquíssima força no seu cliente. Da mesma forma, se você está organizando uma campanha de marketing para atingir grandes multinacionais, deve considerar bem os outros tipos de coordenação.

O tipo de tecnologia e o dinamismo dos mercados em que a empresa está inserida tendem a influenciar bastante o tipo de coordenação que ela prioriza. Vamos a alguns exemplos:
- Empresas de tecnologia complexa em ambientes que mudam pouco (hospitais, por exemplo), tendem a padronizar habilidades. Se o ambiente for muito dinâmico, o ajuste mútuo ganha força, pois é preciso que estas empresas tenham flexibilidade para resolver os problemas que aparecem a cada dia.
- Organizações de tecnologia simples em ambientes estáveis (produção em massa de refrigerantes, por exemplo) costumam padronizar processos, pois assim são mais eficientes. Se o ambiente for muito dinâmico, contudo, a supervisão direta acaba sendo bastante utilizada – mesmo quando os processos estão bem padronizados.

5 partes da organização
Mintzberg divide as organizações em cinco partes:

Cúpula estratégica 
Diretores e altos gerentes. São responsáveis pela estratégia da empresa, pela supervisão direta e pelo relacionamento externo da empresa.

Núcleo Operacional
São as pessoas que executam as tarefas de produção. Aqui estão os funcionários de compras, produção, vendas, manutenção, etc.

Linha Intermediária
Gerentes intermediários. Conectam a cúpula estratégica ao Núcleo Operacional.

Tecnoestrutura
Torna mais eficaz o trabalho dos outros. Costumam ser analistas que padronizam o trabalho de outros setores.

Assessoria de Apoio
Serviços que não estão diretamente relacionados com a atividade principal, como correios, relações públicas, refeitório, etc.

Novamente, o importante para nós é entender quem tem mais ou menos força dentro da empresa. Cada tipo de empresa acaba reforçando determinadas áreas. E, como já falamos aqui mesmo no blog, conhecer os decisores e os influenciadores é vital para o sucesso do seu planejamento de marketing.

Vamos então aos 5 tipos de organizações:

Estrutura simples
Quem é? Empresas jovens, pequenas estruturas ou estruturas em crise.
Como funciona? Estrutura orgânica, dinâmica e flexível onde as operações dependem muito do executivo principal.
Quem manda? Os visionários da Cúpula estratégica

Burocracia Mecanizada
Quem é? Produção em massa, órgãos públicos, telefonias, seguradoras, etc.
Como funciona? Alto desempenho, muita divisão de trabalho e pouco poder de adaptação.
Quem manda? A tecnoestrutura e seus processos padronizados

Burocracia Profissional
Quem é? Hospitais, universidade, empresas de auditoria, orquestras, etc.
Como funciona? Como é difícil mensurar os resultados, a estratégia perde um pouco do sentido.
Quem manda? O extremamente qualificado núcleo operacional.

Forma divisionalizada
Quem é? Franquias, grandes multinacionais, cadeias, etc. Empresas antigas e de grande porte.
Como funciona? Apenas os resultados interessam. A forma como cada tarefa é feita fica a cargo de cada divisão.
Quem manda? Linha intermediária (responsáveis por cada divisão)

Adhocracia
Quem é? Empresas modernas direcionadas à inovação
Como funciona? Estrutura orgânica e flexível, com pouca padronização. Trabalho por projetos e estrutura matricial.
Quem manda? Ninguém sabe ao certo, embora a Assessoria de Apoio tenha muita influencia.

E aqui vem o pulo do gato!
Encontre a sua empresa e a do seu cliente na tabelinha abaixo. A que tipo de organização vocês pertencem?

Tipo de Organização
Mecanismo de Coordenação
Parte-chave da organização
Exemplo
Estrutura simples
Supervisão Direta
Cúpula Estratégica
Empresas jovens, pequenas estruturas ou estruturas em crise.
Burocracia Mecanizada
Padronização do trabalho
Tecnoestrutura
Produção em massa, órgãos públicos, telefonias, seguradoras, etc.
Burocracia Profissional
Padronização das Habilidades
Núcleo Operacional
Hospitais, universidade, empresas de auditoria, orquestras, etc.
Forma divisionalizada
Padronização de resultados
Linha Intermediária
Franquias, grandes multinacionais, cadeias, etc. Empresas antigas e de grande porte.

Adhocracia
Ajuste mútuo
Assessoria de Apoio
Empresas modernas direcionadas à inovação
Adaptado de MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes. São Paulo: Atlas, 2003.

Ao localizar sua empresa na tabela acima, você terá clareza para entender quais são as áreas que têm mais poder na sua estrutura e como as relações tendem a acontecer nela. Isso facilita muito na hora de elaborar projetos ou buscar soluções para temas estratégicos como motivação e planejamento.

Da mesma forma, estudar a estrutura dos seus clientes lhe permitirá construir um planejamento estratégico e um plano de marketing para este mercado. Só conhecendo a estrutura deles é que você poderá entender suas necessidades.

Curtiu? Então pegue o livro para ler e mãos à obra!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Dalhe 2014!

Como vocês devem ter percebido pelo ótimo post da Loraine Santos, na semana passada, o blog está de volta! Nossa meta é ultrapassar a vergonhosa marca de 2 posts por ano, índice atingido em 2013...


 Espere um minuto... com a publicação deste post, já igualamos a marca de 2013!  Até 2015, pessoal!

Brincadeiras a parte; após um ano bastante atribulado, conseguimos colocar este blog entre uma de nossas prioridades novamente e nos comprometemos a atualizá-lo a cada semana. Todas as segundas-feiras vocês podem dar uma passada aqui, tomar um cafezinho conosco e bater um papo. Sempre que possível, postaremos também no decorrer da semana para dar um oi, certo?

Quando o Caderno de Marketing foi criado, nosso objetivo era colocar nossos conhecimentos em prática, dividi-los com vocês e aproveitar para estudar um pouquinho no processo. Esta continua sendo a nossa proposta.

Vemos que ainda existem muitas empresas que desconhecem os princípios básicos de marketing e que deixam de aplicar idéias simples e baratas que poderiam trazer retornos incríveis.

Vemos também que ainda há muito profissional de marketing que acredita que enviar spam, maltratar clientes chatos, ignorar mudanças de tecnologia – entre outras besteiras que vemos por aí – são práticas admissíveis.

É para melhorar este cenário que estamos aqui! Bom, pelo menos para tentar melhorá-lo. Nas próximas semanas você encontrará uma série de posts sobre marketing (back to the basics, baby!), vendas, empreendedorismo, sustentabilidade, tecnologia, inovação, design thinking e muito mais.

Sabemos que boa parte dos leitores não é da área de marketing. Por isso, se vocês tiverem alguma dúvida quanto aos conceitos e temas apresentados, ou acharem que a linguagem está muito complexa, podem nos colocar contra a parede, ok?

No decorrer do ano, recomendaremos outros blogs, livros, cursos, artigos e vídeos. Assim, vocês também estudam e enriquecemos o nosso dia-a-dia.

Obrigado pela companhia e pelos mais de 10 mil acessos até hoje.
Continuem por aí – teremos muitas novidades em 2014!

Um grande abraço, obrigado novamente, e muito sucesso a todos.

Pedro Conte
Sócio no Instituto Continuum

Loraine Santos
Gerente de Marketing na Golsat