segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Think outside the box

Na semana retrasada eu falei sobre líderes sustentáveis e na semana passada o Pedro falou sobre empresas sustentáveis. Por isso, vou pedir licença para contar um (auto) case e provar que é possível ser sustentável independente da área de atuação da sua empresa e da (pouca) grana que ela tem. Vale a pena ler para tentar encontrar um caminho sustentável para empresa que você atua.

Lembre-se que o segredo é: think outside the box.

Eu trabalho na GolSat, uma empresa de rastreamento. Diferente de 90% de seus concorrentes, o negócio da GolSat não é recuperação de veículos roubados. Atendemos o mercado corporativo que possui carros para exercer suas atividades. O rastreador consegue captar uma série de infos do carro: velocidade, Km, horário que ligou e desligou a ignição, RPM, etc. e o software transforma esses dados em gráficos e relatórios e ajudam as empresas a melhorar a gestão da frota e dos condutores.

Antes de ler, tente chutar a resposta: como uma empresa que vende rastreador consegue aproveitar o seu negócio para atuar de forma sustentável?

A GolSat conseguiu! Ela criou algo que não existia no mercado. Isso é incrível né? Inventar algo nos dias atuais é um desafio e tanto.

Lembra que eu falei no meu post passado que enxergar o cenário é o primeiro passo para pensar em atitudes sustentáveis? Pois então, visualize o cenário abaixo:
- o Brasil é o país que mais mata no trânsito (mais de 60 mil mortes por ano).
- Acidentes de trânsito é o segundo maior problema de saúde pública do nosso pais (perde só pra desnutrição).
- A frota brasileira é de 75 milhões de veículos, sendo que 7 milhões estão licenciadas em nome de pessoa jurídica, ou seja, pertencem às empresas.
- Uma empresa pode ser responsabilizada criminalmente quando seu colaborador é culpado por um acidente grave usando o carro da corporação.
- O departamento de frotas é o que mais gasta dentro de uma empresa (na verdade, perde pra folha de pagamento de funcionário).
- A profissão Gestor de Frota é um pouco marginalizada, ou seja, não existe curso de formação para categoria ou onde buscar mais informação.
- Ele lida com vários fornecedores (rastreamento, combustível, telefonia, manutenção, etc) e com vários departamentos (RH, suprimentos, logística, financeiro, etc).

O grande link que fizemos foi: QUAL A RESPONSABILIDADE SOCIAL QUE ESSAS EMPRESAS POSSUEM, UMA VEZ QUE DEIXAM SEUS CARROS NA MÃO DE SEUS FUNCIONÁRIOS?




A partir disso, a GolSat criou o P.A..RA.R: Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando Frotas com Resultados, um fórum reúne as empresas frotistas com o objetivo de compartilhar informações sobre o mercado e discutir a cultura de segurança de trânsito dentro das corporações. Em um ano, a GolSat realizou 10 edições do PARAR em 7 cidades diferentes, reuniu 1600 gestores de frotas de 950 empresas diferentes (as maiores do país), representando uma frota com mais de 300.000 veículos. Além disso, grandes parceiros e especialistas do mercado se uniram à GolSat para ajudar a alavancar o PARAR, entre eles a Global Fleet, o maior movimento europeu projetado para fornecer informações importantes aos gestores de frotas. O PARAR foi convidado para participar do fórum deles que vai acontecer em Bruxelas em junho e eles vem para o RJ participar da 11ª edição do PARAR que acontece em março.

A GolSat gastou ou ganhou dinheiro com o P.A.R.A.R? Gastou. Pouco, mas gastou.
Mas ela e outras empresas envolvidas no P.A.R.A.R. estão construindo um valor subjetivo imensurável. Uma empresa que possui frota precisa fechar negócio com um fornecedor confiável, pois a parceria será de longo prazo. Ou seja, o tanto de negócio que foi gerado para GolSat após o P.A.R.A.R. paga todo o evento e ainda cria um valor subjetivo muito importante que reflete em como o mercado está enxergando a empresa.

Através do PARAR, a GolSat está ajudando os gestores de frotas a se profissionalizarem e está contribuindo na busca por um cenário de trânsito mais positivo. A empresa está sendo reconhecida mundialmente como a única empresa que uniu tecnologia, rastreamento e sustentabilidade. E a única empresa que faz alguma coisa em prol do trânsito brasileiro voltado para um público corporativo. Os funcionários da GolSat sentem-se extremamente felizes e motivados para trabalhar por uma causa. Os clientes GolSat sentem orgulho de contratar os serviços de uma empresa que, mais do que vender, quer ajudá-lo a melhorar a gestão de frota dele.

E você? Como você pode usar o seu negócio para fazer a diferença?



5 comentários:

  1. Loraine, vocês tem como fazer uma estimativa de quantas mortes ou quantos acidentes já evitaram nesse processo?

    Outro ponto muito bacana desse case: a GolSat praticamente não gasta dinheiro com publicidade e é hoje uma das maiores empresas de rastreamento do país. O que nos leva a algumas reflexões:

    - Onde faz mais sentido gastar seu dinheiro? Em anúncios na Folha de São Paulo ou criando eventos e relacionamentos sustentáveis?
    - É mais legal fazer a diferença, ganhar dinheiro ou fazer a diferença ENQUANTO você cresce e ganha dinheiro?

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    1. Fica um pouco difícil fazer essa estimativa, pois precisaríamos do histórico das empresas que vão no PARAR e nem todas são clientes GolSat. Mas é possível fazer isso e seria bem interessante. E outra dificuldade é que o governo não separa o que é acidente com carro licenciado em PF e PJ.

      Mas uma coisa é certa: o cara passa 10 horas do dia dele trabalhando dirigindo o carro da empresa. Se a empresa tem a cultura de segurança de trânsito no seu DNA, isso vai refletir na forma como esse funcionário também conduz o seu veículo pessoal.

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    2. Ia ser legal, um número a mais para vocês mostrarem no próximo PARAR =)

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  2. Matou a pau no comentário. Devia ter escrito sobre isso: não gastar em propaganda x ser uma das mais reconhecidas!

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