Na semana retrasada eu falei
sobre líderes sustentáveis e na semana passada o Pedro falou sobre empresas sustentáveis. Por isso, vou pedir licença para contar um (auto) case e provar
que é possível ser sustentável independente da área de atuação da sua empresa e
da (pouca) grana que ela tem. Vale a pena ler para tentar
encontrar um caminho sustentável para empresa que você atua.
Lembre-se que o segredo é:
think outside the box.
Eu trabalho na GolSat, uma
empresa de rastreamento. Diferente de 90% de seus concorrentes, o negócio da
GolSat não é recuperação de veículos roubados. Atendemos o mercado corporativo
que possui carros para exercer suas atividades. O rastreador consegue captar
uma série de infos do carro: velocidade, Km, horário que ligou e desligou a
ignição, RPM, etc. e o software transforma esses dados em gráficos e relatórios
e ajudam as empresas a melhorar a gestão da frota e dos condutores.
Antes de ler, tente chutar a resposta: como uma empresa que vende rastreador consegue aproveitar o seu
negócio para atuar de forma sustentável?
A GolSat conseguiu! Ela criou algo que não existia no mercado. Isso é incrível né? Inventar algo nos dias atuais é um desafio e tanto.
Lembra que eu falei no meu post passado que enxergar o cenário é o primeiro passo para pensar em atitudes
sustentáveis? Pois então, visualize o cenário abaixo:
- o Brasil é o país que mais
mata no trânsito (mais de 60 mil mortes por ano).
- Acidentes de trânsito é o
segundo maior problema de saúde pública do nosso pais (perde só pra
desnutrição).
- A frota brasileira é de 75
milhões de veículos, sendo que 7 milhões estão licenciadas em nome de pessoa
jurídica, ou seja, pertencem às empresas.
- Uma empresa pode ser
responsabilizada criminalmente quando seu colaborador é culpado por um acidente
grave usando o carro da corporação.
- O departamento de frotas é
o que mais gasta dentro de uma empresa (na verdade, perde pra folha de
pagamento de funcionário).
- A profissão Gestor de Frota
é um pouco marginalizada, ou seja, não existe curso de formação para categoria
ou onde buscar mais informação.
- Ele lida com vários
fornecedores (rastreamento, combustível, telefonia, manutenção, etc) e com
vários departamentos (RH, suprimentos, logística, financeiro, etc).
O grande link que fizemos foi:
QUAL A RESPONSABILIDADE SOCIAL QUE ESSAS EMPRESAS POSSUEM, UMA VEZ QUE DEIXAM
SEUS CARROS NA MÃO DE SEUS FUNCIONÁRIOS?
A partir disso, a GolSat
criou o P.A..RA.R: Pensando Alternativas Responsáveis, Administrando Frotas com
Resultados, um fórum reúne as empresas frotistas com o objetivo de compartilhar
informações sobre o mercado e discutir a cultura de segurança de trânsito
dentro das corporações. Em um ano, a GolSat realizou 10 edições do PARAR em 7
cidades diferentes, reuniu 1600 gestores de frotas de 950 empresas diferentes
(as maiores do país), representando uma frota com mais de 300.000 veículos.
Além disso, grandes parceiros e especialistas do mercado se uniram à GolSat para
ajudar a alavancar o PARAR, entre eles a Global Fleet, o maior movimento europeu projetado para fornecer
informações importantes aos gestores de frotas. O PARAR foi convidado para
participar do fórum deles que vai acontecer em Bruxelas em junho e eles vem
para o RJ participar da 11ª edição do PARAR que acontece em março.
A GolSat gastou ou ganhou dinheiro com o P.A.R.A.R? Gastou. Pouco, mas gastou.
Mas ela e outras empresas envolvidas no P.A.R.A.R. estão
construindo um valor subjetivo imensurável. Uma empresa que possui frota precisa
fechar negócio com um fornecedor confiável, pois a parceria será de longo
prazo. Ou seja, o tanto de negócio que foi gerado para GolSat após o P.A.R.A.R.
paga todo o evento e ainda cria um valor subjetivo muito importante que reflete
em como o mercado está enxergando a empresa.
Através do PARAR, a GolSat está ajudando os gestores de frotas a se profissionalizarem e está contribuindo na busca por um cenário de trânsito mais positivo. A empresa está sendo reconhecida mundialmente como a única empresa que uniu tecnologia, rastreamento e sustentabilidade. E a única empresa que faz alguma coisa em prol do trânsito brasileiro voltado para um público corporativo. Os funcionários da GolSat sentem-se extremamente felizes e motivados para trabalhar por uma causa. Os clientes GolSat sentem orgulho de contratar os serviços de uma empresa que, mais do que vender, quer ajudá-lo a melhorar a gestão de frota dele.
E você? Como você pode usar o seu negócio para fazer a diferença?
Loraine, vocês tem como fazer uma estimativa de quantas mortes ou quantos acidentes já evitaram nesse processo?
ResponderExcluirOutro ponto muito bacana desse case: a GolSat praticamente não gasta dinheiro com publicidade e é hoje uma das maiores empresas de rastreamento do país. O que nos leva a algumas reflexões:
- Onde faz mais sentido gastar seu dinheiro? Em anúncios na Folha de São Paulo ou criando eventos e relacionamentos sustentáveis?
- É mais legal fazer a diferença, ganhar dinheiro ou fazer a diferença ENQUANTO você cresce e ganha dinheiro?
Fica um pouco difícil fazer essa estimativa, pois precisaríamos do histórico das empresas que vão no PARAR e nem todas são clientes GolSat. Mas é possível fazer isso e seria bem interessante. E outra dificuldade é que o governo não separa o que é acidente com carro licenciado em PF e PJ.
ExcluirMas uma coisa é certa: o cara passa 10 horas do dia dele trabalhando dirigindo o carro da empresa. Se a empresa tem a cultura de segurança de trânsito no seu DNA, isso vai refletir na forma como esse funcionário também conduz o seu veículo pessoal.
Ia ser legal, um número a mais para vocês mostrarem no próximo PARAR =)
ExcluirMatou a pau no comentário. Devia ter escrito sobre isso: não gastar em propaganda x ser uma das mais reconhecidas!
ResponderExcluirA gente vai completando os posts um do outro =)
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