sexta-feira, 15 de julho de 2011

Conflito de meios

Talvez você não conheça o Tuenti, uma rede social espanhola que tem mais de 10 milhões de usuários. O Tuenti é meio que o Orkut da Espanha: era de longe a rede que mais tinha acesso no país até a chegada do Facebook. No entanto, assim como o seu primo brasileiro, tem pouca penetração fora de seu país de origem e aos poucos está sendo engolido pelo gigante de Mark Zuckerberg.

O gráfico que vocês verão abaixo se refere ao volume de tráfico nos servidores do Tuenti, durante a final da última Copa do Mundo (Espanha x Holanda). Por tráfico, não quero dizer o número de pessoas conectadas, mas sim o volume de informação transmitida (comentários, fotos postadas, etc.) – ou seja, gente que estava realmente na frente do computador.

Prestem atenção nos picos de tráfico de informação. Enquanto a bola está rolando, o volume de troca de informação é baixo e ele aumenta bastante durante o intervalo (descanso) e após a partida. O que isso quer dizer? Que no intervalo do jogo, ninguém está assistindo nada de propaganda. Pelo menos o público do Tuenti, não está.

Estamos falando de Copa do Mundo e Tuenti, mas poderíamos estar falando de Orkut, Facebook e Copa América. O comportamento é o mesmo. Os caras que estão pagando fortunas para veicular seus anúncios nos intervalos dos jogos de futebol não estão conseguindo atingir o público das redes sociais (o que é ruim para as empresas anunciantes, para as redes de televisão e também para os times de futebol, que financiam boa parte de seus gastos com o que ganham da da TV).

Conclusão I: a tendência é que as verbas de patrocínio cresçam, assim como outras modalidades de propaganda que são exibidas durante o jogo.

Conclusão II: a internet está matando a propaganda com horário marcado. Ou as empresas criam conteúdo para seus clientes e “se vendem” através deste conteúdo (responsabilidade social, jogos, textos, aplicativos, blogs, revistas, versões especiais...) ou precisarão encontrar maneiras de impactar o público durante a atração principal (merchandising, patrocínio, mini-vinhetas, etc.).
A era do “plim plim” está acabando.

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