quinta-feira, 21 de julho de 2011

Meu vizinho é japonês...

... e toca violão. Como a porta do meu apartamento dá saída para um pátio interno, os moradores costumam deixar a porta aberta. Meu vizinho mora sozinho, deve ter uns 45 anos e pratica muito.

Até aí, nada demais, eu até gosto da música ambiente do prédio. Mas tem uma frase do parágrafo acima que precisa ser mais bem explicada. “Pratica muito” quer dizer que meu vizinho passa mais de 5 horas por dia abraçado ao seu violão.

Não consigo pensar em nenhuma cultura que se dedique tanto às atividades cotidianas quanto a japonesa. Para eles, cada refeição é um ritual. Escrever é um ritual. Cumprimentar alguém é um ritual. Tudo é feito com muita dedicação e atenção e falhas são vistas como falta de treinamento, aplicação e caráter.

A rigidez japonesa não me agrada, mas a disciplina, sim. Quase todo mundo que eu conheço e que faz algo muito bem, pratica muito mais que o resto das pessoas – e isso os japoneses fazem muito bem. Quantas horas você acha que o Cesar Cielo treina por dia? Quantas horas por dia estudam as pessoas que passam nos concursos para juiz ou nos vestibulares mais concorridos do país?

Quantas horas você está dedicando às coisas que precisa melhorar (academia, negócios, amigos, estudos, família...)? Einsten dizia que a física teórica moderna era 90% transpiração e 10% inspiração. Se Einsten, com sua cabeça privilegiada, ralou MUITO para chegar onde chegou, por que o seu caminho deveria ser mais fácil?

Muricy Ramalho, técnico que venceu 4 dos últimos 5 campeonatos brasileiros (3 deles com o São Paulo, claro), quando perguntado qual era a chave do seu sucesso, respondeu: “isso aqui é trabalho, meu filho!”.

Meu vizinho tem futuro.


Meu vizinho tem futuro.

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