quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nada como a ética dos negócios

(texto traduzido do ótimo Seth's Blog)

A teoria feliz da ética dos negócios é essa: faça o que é certo e você maximizará seus lucros no longo prazo.

Afinal, diz este pensamento, fazer o que é certo constrói sua marca, dá polimento à sua reputação, ajuda você a encontrar melhores funcionários e traz retorno para a comunidade, a mesma que irá comprar de você, em troca. Faça tudo isso e você ganhará dinheiro. Problema resolvido.

A teoria infeliz da ética dos negócios é essa: você tem a responsabilidade fuduciária de maximizar os lucros. Ponto final. Fazer qualquer coisa diferente disso é o mesmo que enganar os seus investidores. E, em um mundo competitivo, você não tem espaço para fazer algo muito diferente.

Para os que querem aproveitar a ética dos negócios, a teoria infeliz é um grande problema.

Conforme o mundo se torna mais complexo, conforme fica mais difícil enxergar o longo prazo (dadas às apostas de curto prazo que são feitas), conforme os negócios ficam menos transparentes (“que empresa fez o quê, exatamente?) e conforme a rede de interações torna difícil que uma pessoa assuma a responsabilidade, a teoria feliz desmorona. Afinal, se os efeitos de longo prazo de uma decisão hoje não puderem ter nenhum impacto sobre os lucros desse projeto que acabará em seis semanas, fica difícil argumentar que a maximização de lucros e o “fazer a coisa certa” estão conectados. A loja de bairro lucra muito pouco no longo prazo por seu bom comportamento se tiver que abandonar os negócios antes que o longo prazo chegue.

A verdade é que somente as pessoas podem ser éticas. Ética no sentido de fazer a coisa certa mesmo quando isso possa não beneficiar você ou a sua empresa financeiramente. Apontar para os números (ou para o chefe) é uma desculpa fácil para os que querem se esquivar do problema. No entanto, a encruzilhada é bastante clara: ou você trabalha com orgulho, ou trabalha para conseguir a maior quantidade possível de dinheiro. (Seria legal que as duas coisas coincidissem, mas isso raramente acontece).

“Eu apenas trabalho aqui” é pior desculpa possível para não ser ético. Eu preferiria trabalhar em uma empresa cheia de pessoas éticas que tentar buscar uma empresa ética. De fato, as empresas que consideramos éticas são assim porque pessoas éticas fizeram com que isso acontecesse.

Acho que nos absolvemos da responsabilidade quando falamos sobre éticas nos negócios ou responsabilidade social corporativa. Corporações são conjuntos de pessoas e devemos insistir para que essas pessoas (nós) façam a coisa certa. As empresas têm poder demais para que deixemos nossa humanidade na porta do escritório. Não se trata de negócios, é pessoal.

(Aprendi essa lição com meu pai. Todos os dias ele lidera dando o exemplo, construindo uma carreira e uma empresa baseada nas responsabilidades pessoais – e não nas queixas sobre o sistema sem coração que só foca o lucro).

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